29 de nov. de 2010

Como o mundo virou gay?

Ao ver o livro "Como o mundo virou gay?" em cima da estante da casa das minhas amigas, resolvi ler o livro do escritor André Fischer, resolvi escrever trechos deste livro surpreendente e interessante.

Um pouco de história:

Desde a Antiguidade, com honrosas exceções, homossexuais nunca tiveram vida fácil. Não me venha com a velha história de que na Grécia era tranquilo ser gay. Um homem mais velho podia ser ativo com outro homem mais novo, que deveria ser passivo, mas só até atingir a maioridade.

E olhe lá. O que quer que estivesse fora desses limites era motivo de maledicências. O romance entre dois homens ou simples inversão de papéis sexuais causava um enorme bafafá na pretensamente liberal sociedade ateniense.

As bibas mais pintosas foram queimadas em fogueiras, enviadas a campos de concentração e presas durante séculos, como se fossem os bodes espiatórios de todo o mal do mundo. Para os discretos, só restavam o casamento de fachada, sublimar ou virar religioso.

As explicações para tanto ódio variavam de cultura para cultura. Umas diziam que era preciso procriar para ocupar a Terra - e fugir dessa obrugação era um crima contra a humanidade. Em outras, sem maiores explicações, qualquer coisa além do papai-e-mamãe era considerada um pecado contra Deus.

Ainda assim, este era um tema de que puco se falava. O termo homossexual nem sequer existia até 1869, quando foi usado pela primeira vez em um panfleto contra leis anti-sodomia na Prússia.

Já o termo gay, que em inglês quer dizer "alegre" e vem do gai francês, foi usado pela primeira vez com o atual significado por Gertrude Stein, em 1922, em seu livro Miss Furr & Miss Skeene. Origem muito glamurosa, diga-se de passagem.

A medida que a discussão esquentava e homossexuais ganhavam alguma visibilidade, quase todos os países criaram legislações severas contra a prática homossexual. Enquanto a maior parte das nações civilizadas luta até hoje para se livrar dessas aberrações jurídicas, pelo menos o Brasil pode se orgulhar de ser um dos únicos países do mundo que nunca tiveram uma legislação específica contra gays e lésbicas.

Nos anos 1940 e 1950, o biólogo americano doutor Kinsey elaborou pela primeira vez um vasto estudo sobre sexo e gênero que abalou as estruturas. Ele provou por A+B que não há normas rígidas para o desejo e o comportamento sexual humano e apresentou a popular teoria de que 10% da população mundial gosta da fruta.

No entanto, o que conhecemos como movimento pelos direitos civis gays só começou em 28 de junho de 1969, com a chamada Revolta de Stonewall. Naquele dia, pela primeira vez, um monte de travestis que chorava a morte da diva Judy Garland em um bar do bairro nova-iorquino do Village resolver prostestar contra a violência gratuita de que eram vítimas por parte da polícia e também contra leis absurdas que regulavam detalhes da vida privada, como aquelas que proibiam uma pessoa usasse mais de uma peça de roupa do outro sexo ou que dois homens dançassem de rosto colado. Issto em plena Nova Yorkm no auge do movimento hippie.

A questão dos direitos civis de homossexuais passou a ser uma bandeira não apenas de um pequeno grupo de militantes, mas de políticos e governos sintonizados com o real significado da causa: tornar o mundo um lugar mais tolerante para todos. O casamento ou a união civil entre pessoas do mesmo sexo virou, finalmente, realidade em vários países.

Paradas do Orgulho Gay ao redor do mundo passaram a reunir milhões de pessoas e deram visibilidade inédita à causa reprimida por séculos.

O mercado passou a reconhecer gays como um dos segmentos mais atraentes e com características específicas que vale a pena estudar para tornar mais rentáveis seus investimentos.

Gays deixaram de ser vilões que desviavam criancinhas para o mau caminho e já são identificados como pessoas criativas e de bom gosto. Bon vivants que se divertem mais, se vestem melhor, cuidam do corpo, transam e namoram sem maiores problemas.

Com tudo isso, ser gay deixou de ser um problema e passou a ser a solução.

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